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Alunos de Blumenau, postem aqui!

 
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Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Ana Maria Simões Ribeiro - Wednesday, 29 Aug 2018, 15:59
 
Temas: A Ambev na versão “paz e amor”
Material Complementar aqui
Discuta a reportagem publicada na Revista EXAME sobre a Ambev nesse link, considerando as discussões da disciplina constantes da unidade 5 e 6. Você acredita em uma mudança da empresa em direção a uma racionalidade substantiva, quando começa a se preocupar com o bem estar dos empregados? 
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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Paulo Roberto de Freitas Junior (14400446) - Wednesday, 19 Sep 2018, 09:59
 

A racionalidade substantiva tem por objetivo buscar a sistemática da eliminação de compulsões desnecessárias, atuando sobre as atividades humanas dentro das organizações, de forma a tornar pelo o desenvolvimento de pessoal (Ramos, 1989).

Em minha opinião é obrigação da empresa se preocupar com o bem estar e mental de seus funcionários. Não vejo um por que de uma empresa tão grande quanto a AMBEV, ainda não tinha essa preocupação. Em nosso país temos regras rígidas quanto a assédio moral, e isso era o que a AMBEV praticava, sem discussão. Em meu ponto de vista, uma empresa que tenha colaboradores satisfeitos, dificilmente irá passar por dificuldades (vendas, financeiro, etc) salvo exceções quando há crise financeira, ai não é por problema com funcionários.

Quando um funcionário está bem consigo mesmo (por mais que haja problemas particulares) o incentivo de bem estar deve vim da empresa também. Pois é lá que ele passa grande parte do seu dia. Muitas vezes 10 a 12 horas, então quase que 50% do seu dia, fica dentro da empresa. No entanto muitas empresas acham que seus colaboradores possuem apenas deveres, e não direitos. Apostam apenas em “bater” meta. Muitos programas de desenvolvimento de RH devem ser implantados. Na empresa que trabalho, mesmo sendo pública, possuímos programas de aperfeiçoamento, e ações que trazem benefícios aos servidores. Isso faz com que a pessoa que está se dedicando a empresa, se sinta importante, seja parte da família que a empresa é.

Muito se fala em preocupação dos colaboradores, no entanto no final da reportagem, um executivo da AMBEV cita que trabalham de forma sustentável, com qualidade, mas visando muito dinheiro. O que demonstra que muitas vezes o que é importante, são apenas os lucros, que a empresa vai ter. Não digo que não é importante, mas o bem estar geral dos colaboradores é mais importante. Pois se os funcionários estão desmotivados, há grande risco financeiro na empresa.

 

Referência

RAMOS, A G. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1989.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Roni Francisco Pichetti (14400449) - Thursday, 4 Oct 2018, 12:09
 

Concordo com sua fala. Penso que muito ainda precisa ser pensado na área de Desenvolvimento de Gestão de Pessoas. Porém é um grande desafio trabalhar com essa atividade na área pública, onde se tem pouca verba para capacitações, qualidade de vida ou áreas afins. Falo isso pois trabalho na gestão de pessoas de um órgão federal que a cada dia tem mais verbas cortadas. E com pouco dinheiro disponível, o primeiro local que perde verba é o desenvolvimento de pessoal. O foco é a atividade fim, afinal não podemos deixar de atender nosso público, é nossa razão de existir. Porém sem pessoas, sem os servidores nada aconteceria. São vários aspectos importantes a serem observados.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Tayana Cristina Becker Passos (14400457) - Sunday, 7 Oct 2018, 21:46
 

Concordo com o colega Roni ao dizer que em esfera pública muitas vezes não há verbas, mas também entendo que o modelo de cobrança não seja tão agressivo como em empresas privadas.
Falta visão de ambos os lados, tanto de alguns servidores que pensam ter suas aposentadorias garantidas (não generalizo), quanto para gestores públicos que não percebem a necessidade de investimento em cultura organizacional, relacionamento interpessoal, auto-realização e autonomia dos colaboradores.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Catarina de Cássia Garcia de Mattos (14400406) - Wednesday, 3 Oct 2018, 15:23
 

No meu ponto de vista, fazendo análise das leituras propostas, a hegemonia do econômico citado por Dellagnelo apud Chanlat (2016, p. 94), parece prevalecer em nossa sociedade, refletindo a lógica do capitalismo, onde o lucro e acumulação são as diretrizes das organizações.

Tanto é que hoje percebemos a empresariação citada por Dellagnelo (2016, p. 96), em nossas vidas pessoais, onde abarcamos conceitos relacionados a gestão em nosso dia a dia, inclusive gerenciando nossas emoções. Como exemplo, cito um momento do qual muitas vezes em nosso trabalho, temos um sentimento em relação a posturas e tomada de decisão que vão de encontro da direção, mas nos controlamos para não expô-las para não “pegar mal” ou sermos mal vistos, dançamos conforme a música e não como queríamos realmente dançar.

Não há dúvidas de que as empresas são instituições responsáveis por criar grande parte de nossas necessidades, no entanto, vejo que temos que ter o cuidado de não deixarmos que o modelo gerencial e somado ao modelo racional instrumental, apague aspectos da condição humana, na busca da maximização e resultados, como percebido no texto da revista Exame na empresa Ambev.

São os Administradores que direcionam, através de suas decisões e dos meios utilizados, nosso futuro a partir de seus conceitos e de suas maneiras de conceber a realidade (DELLAGNELO, 2016), diante disto, penso que somente será possível uma mudança da empresa em direção a racionalidade substantiva se o seu dirigente mudar ou tiver esta concepção, a de ver o colaborador como sujeito que possui desejos de autorrealização, emancipação e satisfação social, não apenas como  aquele que deverá produzir com custo mínimo, ganho máximo a curto prazo. A razão instrumental percebida nas organizações é consequência das decisões dos administradores.

Diante disto, quando há uma preocupação com o bem estar dos empregados, acredito que começa a se delinear um modelo racional substantivo, basta saber que profundidade esta preocupação irá atingir, se realmente a administração mostra-se renovada, almejando oportunizar um cenário mais positivo ao efetivo desenvolvimento humano mencionado por Dellagnelo apud Aktouf (20016, p.107). 

Fonte:

DELLAGNELLO, L. H. Eloise. Desenvolvimento de Recursos Humanos. 2.ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração. UFSC, 2016.

HERGOZ, L. Ana. A Ambev na versão paz e amor. Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-ambev-na-versao-paz-e-amor-m0123073/. Acesso em : 03 de out. 2018.

 

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Roni Francisco Pichetti (14400449) - Thursday, 4 Oct 2018, 12:12
 

Olá!

É isso mesmo, não somos máquinas e muito menos perfeitos! E além disso, temos desejos e vontades a serem alcançadas como pessoas e como profissionais. Precisamos ser tratados como tal no nosso ambiente de trabalho.

Me identifiquei muito na parte que você fala sobre guardar as posições e emoções quando um diretor pratica algo que não está de acordo com teus princípios, acho que todo mundo já deve ter passado por isso. Isso mostra como não temos abertura para falar tudo que pensamos, sugerir melhorias que a nosso ver podem ser visíveis, mas nem sempre aplicáveis por conta do contexto.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Laís Alves dos Santos (17350004) - Sunday, 7 Oct 2018, 21:23
 

Como citado por Dellagnelo apud Chanlat (2016, p.94), ao longo dos anos pudemos observar a predominância da cultura empresarial com enfâse ao capitalismo, sem grande preocupação com as pessoal.

Porém, acredito sim que a empresa Ambev ao decorrer do tempo, pode perceber a necessidade de manter uma harmonia entre bem estar de seus colaboradores e resultados financeiros em direção a uma racionalidade substantiva. Diante disto, a partir dessa conscientização e da implantação de mudanças frequentes, visto que essa reportagem é de 2011, acredito que não somente a Ambev, mas diversas empresas vem se preocupando com os seus colaboradores e percebem a importância de fazê-los e mantê-los felizes para que essa felicidade impacte positivamente em seus lucros.
Atualmente, na empresa em que atuo é muito nítido perceber que a organização realmente se preocupa com os funcionários e sabe dos impactos que isso pode gerar a ela, visto que um dos principais eixos da cultura corporativa trata do tema "gente é tudo pra gente",

Julgo que mesmo a passos lentos, as empresas estão percebendo a necessidade de mudanças e tentando implantá-las e concordo plenamente com a amiga Catarina, que citou a correlação entre a preocupação com o bem estar dos colaboradores e o modelo racional substantivo.

Acredito ainda que como futuros administradores, somos os grandes responsáveis por gerar e colaborar com essa mudança que a área de recursos humanos e de gestão necessita a fim de humanizar essa relação de trabalho, a fim de trazer bons resultados para a empresa e seu colaborador.

 

DELLAGNELLO, L. H. Eloise. Desenvolvimento de Recursos Humanos. 2.ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração. UFSC, 2016.

HERGOZ, L. Ana. A Ambev na versão paz e amor. Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-ambev-na-versao-paz-e-amor-m0123073/. Acesso em : 03 de out. 2018.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Roni Francisco Pichetti (14400449) - Thursday, 4 Oct 2018, 12:05
 

Entendo como positivas as alterações que a AMBEV vem adotando gradativamente na sua gestão, porém não acredito que seja algo profundo a tal ponto a seguir em direção a uma racionalidade substantiva de seus funcionários. Me parece que as mudanças são apenas paliativos para o extremo clima de competição interna e cumprimento de metas na organização. Os detentores do capital estão preocupados e focados em fazer os seus investimentos crescerem, muitas vezes sem preocupação com os meios e consequências de seus atos. Principalmente em favor de seus funcionários, que são tratados apenas como recursos humanos, facilmente substituídos. O aumento do desemprego vem gerando a propagação de ideias de que a diminuição de direitos trabalhistas é favorável aos trabalhadores, pois onera menos seus contratantes. Porém, determinadas ações são tomadas apenas para aumento da lucratividade das empresas, como a “flexibilidade” na contratação de temporários e terceirizados, ou até a possível extinção do décimo terceiro salário.

Enfim, atividades que visem de forma verdadeira a qualidade de vida dos funcionários são louváveis. Quando a busca é por pessoas felizes trabalhando em prol de objetivos em comum e não apenas uma válvula de escape entre os períodos de pressão e cobrança extremas, visando somente a eficiência.

Sobre o assunto, recomendo a leitura do seguinte texto:

https://outraspalavras.net/destaques/superexplorados-vigiados-e-com-direito-a-yoga/

 

Referências:

DELLAGNELLO, L. H. E. Desenvolvimento de Recursos Humanos. 2.ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração. UFSC, 2016.

HERGOZ, L. A. A Ambev na versão paz e amor. Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-ambev-na-versao-paz-e-amor-m0123073/. Acesso em: 04 de out. 2018.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Rodnei Alves (14400448) - Friday, 5 Oct 2018, 09:45
 

A reportagem informa que por muito tempo a Ambev, praticava uma modelo de gestão muito maléfico aos seus funcionários. Mas que mantinha bom retorno financeiro. De uns tempos pra cá, este modelo de gestão está sendo repensado.

Sendo a racionalidade substantiva orientada por valores sociais e em conformidade com pressupostos sociais, a Ambev como forma de se adequar a um padrão mundial que valoriza a responsabilidade social, sem deixar de crescer, viu que o modelo anterior estava estagnado.

Segundo Guerreiro Ramos (1987), racionalidade substantiva é um atributo natural do ser humano que reside na psique. Por meio dela, os indivíduos poderiam conduzir a sua vida pessoal na direção da autorrealização, contrabalançando essa busca de emancipação e autorrealização com o alcance da satisfação social.

Conforme Serva (1997) a satisfação é um aspecto central, no nível individual, do esforço organizacional de cunho substantivo. Os indivíduos apontam como a fonte maior da sua satisfação a possibilidade de realização dos seus potenciais profissionais e pessoais. Quando se discute a predominância da racionalidade substantiva em uma realidade organizacional, não significa dizer que não apareçam também ações orientadas pela lógica instrumental, ou seja, em meio à predominância das ações de entendimento também podem ocorrem ações racionais.

A racionalidade substantiva implica em entendimento e julgamento ético, em valores nas relações interpessoais, sociais e ambientais. Em autonomia e autorrealização na satisfação individual.

No contexto corporativo atual, onde a satisfação em trabalhar nas empresa e a crença nos valores das companhias é cada vez mais valorizado, o salário e os benefícios já não são itens relevantes na retenção de talentos, mas podem agregar muito valor. Assim, apesar do atraso nestas ações, considero importante e positivo sua mudança. Valorizar o colaborador sempre será benéfico para a empresa. Mas isso só é possível se houver estímulo e reconhecimento, o que nem sempre acontece no dia a dia de muitas empresas.

 

FONTE:

Dellagnelo, Eloise Helena Livramento. Desenvolvimento de recursos humanos  – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2016.

HERGOZ, L. Ana. A Ambev na versão paz e amor. Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-ambev-na-versao-paz-e-amor-m0123073/. Acesso em : 04 de out. 2018.

RAMOS, Alberto Guerreiro. Modelos de Homem e Teoria Administrativa. Revista de Administração Pública – RAP, p. 5-12. Rio de Janeiro, abr./jun., 1984.

SERVA, Maurício. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 37, n. 2, 1997.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Alberto Eduardo Lazaro Angulo (14400400) - Saturday, 6 Oct 2018, 20:52
 

Hersog (2011) descreve duas faces no processo de HR da Ambev. A primeira fundamentada na ação racional instrumental, com foco nos objetivos financeiros e estratégicos da empresa, sem ter em conta a saúde mental e física de seus funcionários, gerando um isolamento das relações sociais e afetivas dos trabalhadores com seu ambiente familiar. Na segunda mostra a virada paulatina a uma gestão com base na ação racional substantiva, em atitudes como criação de banco de horas, cartão ponto, eliminando a cultura anterior do trabalho em "excesso". Mudanças no cuidado da saúde física como a introdução da ginastica laboral. 

Estas mudanças são originadas por pressões do contexto de negócios no mercado global internacional. As discussões sobre as melhoras que devem implementar as empresas, procurando negócios mais eficientes e sustentáveis iniciaram-se com o estabelecimento dos Oito Objetivos do Milênio a ser atingidos para o ano 2015. Os objetivos 7 e 8 estão relacionados com o desenvolvimento de estrategias ambientais sustentáveis e a promoção de parcerias globais respetivamente¹. Documentos elaborados pelo World Business Council afirmam que o sucesso dos novos empreendimentos radica na procura de funcionários com grande capacidade de adaptação aos novos mercados, especialmente de elaborar propostas ambiental e socialmente sustentáveis. Empresas com reputação duvidosa estão condenadas a perder competitividade e ter acesso a funcionários de qualidade².

O descrito não é para desmerecer as mudanças da Ambev, porém, querem alertar que esta mudança não é por um arrependimento e um amor repentino na Ambev por seus funcionários.  A mudança é consequência das pressões externas, e um esforço visível para se adaptar às novas mudanças e desafios que enfrenta o mercado. Que é uma maior exigência pelos direitos humanos e o desenvolvimento da pessoa nos ambientes laborais, assim como uma produção limpa que garanta o futuro dos novas gerações.

 

 

1. UNITED NATIONS. MillenNium Development Goals and Beyond 2015. Disponvíel em http://www.un.org/millenniumgoals/. Acesado em 06-10-2018.

2. WORLD BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT. Driving sucess, human resources and sustainable development. Disponível em: https://www.cisl.cam.ac.uk/resources/archive-publications/human-resources-and-sustainable-development. Acessado em 06-10-2018

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Tatilena Moreira (14400456) - Sunday, 7 Oct 2018, 14:18
 

O mundo evoluiu! Junto com ele as relações trabalhistas também devem evoluir. Hoje em dia podemos ver organizações muito mais preocupadas com o bem estar de seus colaboradores. Quando se fala em racionalidade substantiva, Ramos afirma que é um atributo natural do ser humano que reside na psique. Por meio dela, os indivíduos poderiam conduzir a sua vida pessoal na direção da autorrealização, contrabalançando essa busca de emancipação e autorrealização com o alcance da satisfação social. Portanto, quando a AMBEV passou a preocupar-se mais com a qualidade de vida das pessoas que movem a organização, ela passou também a motivar as pessoas pela busca da autorrealização, algo tão importante não só individualmente como também para os objetivos da coletividade.

 

DELLAGNELO, Eloise Helena Livramento. Desenvolvimento de recursos humanos / Eloise Helena Livramento Dellagnelo. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2016.

RAMOS, Alberto Guerreiro. Modelos de Homem e Teoria Administrativa. Revista de Administração Pública – RAP, p. 5-12. Rio de Janeiro, abr./jun., 1984.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Deise Travasso (14400411) - Sunday, 7 Oct 2018, 18:28
 

Exatamente Tatilena, submeter os empregados a condições inadequadas de trabalho visando tão somente o lucro, é um tiro que pode sair pela culatra. Trabalhadores que se sentem valorizados são mais motivados, e a sua autorrealização no trabalho também gera bons dividendos para empresa.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Deise Travasso (14400411) - Sunday, 7 Oct 2018, 18:19
 

Sim. Eu acredito em uma mudança da empresa em direção a uma racionalidade substantiva, quando ela começa a se preocupar com o bem estar dos empregados.
Pelas inadequadas relações de trabalho descritas na reportagem, anteriormente, a razão instrumental prevalecia na Ambev e determinava aquilo que deveria ser considerado como “sucesso” a ser atingido, um sucesso orientado pelas “leis” do mercado. Esse predomínio da razão instrumental é responsável por várias consequências negativas como insegurança psicológica devido a degradação da qualidade de vida, pela poluição e pelo desperdício dos recursos naturais do planeta, além de produzir uma teoria organizacional incapaz de ensejar espaços sociais gratificantes aos indivíduos.
Assim, quando a empresa caminha para uma racionalidade substantiva, os indivíduos tendem a buscar a autorrealização na sua empresa, e isso traz benefícios tanto para a o empregado quanto para a empresa.
A ação racional substantiva se orienta pelas dimensões individual e grupal. A primeira se refere à autorrealização; e a segunda, se refere ao entendimento, nas direções das responsabilidades e da satisfação com o coletivo.
Para Dellagnelo (apud RAMOS, 1989) uma teoria verdadeiramente científica da organização, avalia a mesma por sua conduta adequada a seres humanos, levando em conta requisitos substantivos e funcionais.

Referências:

Dellagnelo, Eloise Helena Livramento. Desenvolvimento de recursos humanos. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2016.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Kleber José Alexandre (14400431) - Sunday, 7 Oct 2018, 18:24
 

Uma mudança no sentido de uma racionalidade substantiva é o caminho "natural" quando uma organização realmente busca o bem estar dos empregados. O estilo Fordista e de Fayol por mais que estejam presentes estão caindo em desuso, o ser humano nas organizações se visto como uma "simples" máquina estaria longe de atingir seus melhores resultados. 

A Ambev, assim como muitos outras organizações, foi formada e gerida sob o olhar paternalista, focada nas metas e resultados em detrimento da valorização dos funcionários, porém foi e e está sendo revisto essa visão, a troca de culturas belga e brasileira, além da necessidade de uma adaptação as legislações têm muito a contribuir nesse processo.

Outro ponto ainda é a postura do homem nas organizações, esse não se vê apenas como uma peça na engrenagem, mas se vislumbra como algo muito maior, com sentimentos a serem satisfeitos. Essa parceria homem/organização é o caminho que a Ambev parece estar percorrendo, claro que não existem atalhos ou ainda, que o caminho possa ser mais longo do que realmente parece.

Jika
Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Jeanne Moraes de Lacerda (16450047) - Sunday, 7 Oct 2018, 23:53
 

O mundo corporativo está mudando, e há uma tendência natural à valorização do ser humano dentro das organizações, que deixa de ser visto como simples peça de uma engrenagem, explorada à exaustão, e passa a ser visto como alguém que tem necessidades que devem ser atendidas e sentimentos que devem ser respeitados. Os colaboradores passam a ter valor para a empresa, e, ao se sentirem valorizados, passam a gerar melhores resultados.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Tayana Cristina Becker Passos (14400457) - Sunday, 7 Oct 2018, 21:41
 

Sim, acredito na mudança das empresas em direção a uma racionalidade substantiva e aos poucos a extinção de modelos rodeados pela pressão e gestão agressiva, inclusive tendo em vista os perfis das novas gerações que entram no mercado de trabalho, os quais buscam mais equilíbrio em sua vida pessoal/profissional.

Sem esta adaptação empresas correm riscos de inclusive perder seus históricos lucros pois os profissionais aos poucos se aposentam, surgindo espaços em que muitos qualificados não aceitarão.

 

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Ivanovina Silva Martins (14400424) - Sunday, 7 Oct 2018, 22:11
 

Muitos colegas já definirão o que é a direção racional substantiva então não irei me atentar a este detalhe.

 

Acredito que pelo próprio conceito de direção racional substantiva ela seja algo que esta na estrutura da empresa inserida em seus princípios o que não ocorre no caso da Ambev. O que fica nítido na reportagem é que a empresa se utilizou de estratégias para se adequar ao atual cenário econômico e empresarial. Entretanto esta mudança não ocorre com o objetivo fim de promover a melhoria em seus funcionários e na sociedade e sim para que a empresa seja bem vista e consiga se manter no mesmo patamar e alcançar grandes lucros. Ou seja o objetivo da mudança é o lucro e não a qualidade de vida das pessoas.

É triste que grandes empresas ainda se utilizem dessa estratégia como marketing puro e não como um diferencial filosófico. 

Jika
Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Jeanne Moraes de Lacerda (16450047) - Sunday, 7 Oct 2018, 23:40
 

Acredito que o que move a Ambev na direção da racionalidade substantiva é compreender que funcionários motivados produzem mais e melhor, que uma empresa socialmente responsável é melhor vista no mercado e, portanto, mais valorizada, e ainda que isso pode reduzir os afastamentos e valores gastos com ações trabalhistas.

 

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Natalli Rodrigues Paiva (16450044) - Sunday, 7 Oct 2018, 23:41
 

   Infelizmente, na grande maioria das organizações produtivas, a razão instrumental prevalece como lógica subjacente às ações, determinando aquilo que deve ser considerado como “sucesso” a ser atingido, um sucesso eminentemente orientado pelas “leis” do mercado. Conforme alguns colegas citaram acima, autores como Aktouf (1996) e Chanlat (1996) afirmam que o predomínio da razão instrumental nas organizações é responsável por uma série de consequências negativas como insegurança psicológica pela degradação da qualidade de vida, pela poluição e pelo desperdício dos recursos naturais do planeta, além de produzir uma teoria organizacional incapaz de ensejar espaços sociais gratificantes aos indivíduos.
   Assim, podemos dizer que há uma mudança em direção a uma racionalidade substantiva, quando a Ambev assume uma nova postura. Não podemos esquecer que por trás, ainda há o desejo de se superar no mercado e atingir metas, conforme é dito no artigo, mas esta mudança é benéfica. Segundo Guerreiro Ramos (1987), a racionalidade substantiva é um atributo natural do ser humano que reside na psique. Por meio dela, os indivíduos podem conduzir sua vida pessoal em direção à autorrealização, contrabalançando essa busca de emancipação e autorrealização com o alcance da satisfação social. Reforçar este tipo de cultura organizacional gera motivação e bem-estar ao colaborador, trazendo resultados satisfatórios à qualidade de vida do colaborador, que trabalha a favor de seu desenvolvimento na empresa, ao mesmo tempo que esta também terá melhores resultados. 

Jika
Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Jeanne Moraes de Lacerda (16450047) - Sunday, 7 Oct 2018, 23:45
 

Exatamente. Todo mundo ganha. A empresa ganha funcionários mais engajados, mais comprometidos e mais produtivos, e o clima organizacional melhora, sendo que os funcionários sentem-se valorizados, reconhecidos e recompensados. Os dois lados são beneficiados.

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Re: Alunos de Blumenau, postem aqui!
por Mislene Nogueira da Silva Martins (14400442) - Monday, 8 Oct 2018, 10:07
 

 

O artigo de Herzog retrata uma realidade vivida pela Ambev, mas que reflete o perfil de muitas empresas que se viram obrigadas a provocar mudanças em seu cotidiano corporativo para manterem-se competitivas no mercado. Acredito, pessoalmente, que as mudanças que estão sendo implementadas pela Ambev estão muito mais motivadas na manutenção e aumento dos lucros do que na real preocupação com a incorporação de uma racionalidade substantiva no ambiente administrativo. O que se observa no texto são as justificativas financeiras e econômicas que conduziram as mudanças. Percebeu-se que a adoção de regras mais flexiveis em relação ao cumprimento de metas (deixando de lado as "brincadeiras que beiravam a humilhação") gerou uma economia de 14% no provisionamento de ações entre os anos de 2005 e 2006. A afirmação do gerente jurídico da empresa espelha - tão somente - a preocupação com os números e os lucros.

Acredito, igualmente, que uma mudança tão profunda de comportamento corporativo também exija um espaço de tempo maior até - efetivamente - ser incorporada pelos gestores e assumida como comportamento natural dentro da empresa. Segundo Serva,  a proposta da racionalidade substantiva "soa muito diferente daquela que apresenta à busca do sucesso individual desprendido da ética, apenas pautado no cálculo utilitário e no êxito econômico". Uma empresa do tamanho da Ambev e que há tanto tempo orgulhava-se da visão competitiva e desmedida que garantia lucros extraordinários, mesmo desejando mudanças profundas em seu ambiente corporativo, certamente levará tempo. 

Como sugestão de aplicação prática de ações que possam direcionar a empresa a uma abordagem substantiva, Serva sugere "um redirecionamento no foco das pesquisas. Este realinhamento significa dirigir o foco para a dimensão da prática administrativa, da gestão propriamente dita. A mudança de rumo é necessária e urgente a fim de impedir que os estudos dessa abordagem percam-se em intermináveis discussões, repetições, críticas sem propostas concretas e elocubrações exclusivamente conceituais que servem quase que somente aos acadêmicos, enfraquecendo assim a potencialidade "explosiva" da proposta original de Guerreiro Ramos."

 

Serva, Maurício. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rae/v37n2/a03v37n2.pdf. Acesso em: 08 outubro 2018.